18 de fevereiro de 2010

Pet shops de São Paulo deixam de vender animais, promovem a adoção e aumentam o faturamento!

Matéria muito bacana que saiu na Arca Brasil e comprova que há muitas vantagens em não se comercializar animais e sim implantar feiras de adoções.

Leia o texto e quando visitar um pet shop que ainda pratique a venda de animais tente conversar com o dono e informar sobre todas as vantagens de trocar as vendas por doações de animais...

Vale muito a pena... bjs e boa leitura!

Jana

Pet shops do bem

Comerciantes de São Paulo deixam de vender animais, promovem a adoção e aumentam o faturamento!

O drama da venda de filhotes e suas graves conseqüências já foi abordado no Notícias da ARCA pela série de reportagens “Filhotes S.A.” (
confira). Entre os desdobramentos da movimentação iniciada pela ARCA Brasil está a criação de uma lei que obriga que o animal vendido seja castrado. Embora pouco efetiva pela falta de fiscalização, a legislação é um documento de cobrança na mão das protetoras de animais e, graças à insistência delas, um cenário que parecia estático, pode começar a mudar.

Há seis anos Carlos Barreto deixou o mercado financeiro e montou o pet shop Mercearia do Animal no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Nesse meio tempo – muitas vezes atendendo ao apelo de crianças que pediam um mascote aos pais – vendeu em média 12 filhotes por mês. Desde janeiro de 2009, no entanto, Barreto decidiu dar uma reviravolta: parou de vender bichos e passou a promover uma ferinha de adoções de animais carentes. E percebeu que o negócio valia à pena.

Da água para o vinho - O motivo da mudança de filosofia tem nome e endereço. Tudo começou quando a protetora de animais independente Izolina Ribeiro se mudou para a região. “Comecei a freqüentar o pet shop para comprar a ração dos meus gatos e reparei que vendiam filhotes irregularmente. Toda vez que ia lá, falava na lei que regula o comércio, levava materiais, etc.. quando notei um painel com anúncios de protetores doando bichos, percebi que nem tudo estava perdido”, ela conta.

Carlos, por seu lado, já abria seus olhos para o problema do abandono. “Andando pela periferia de São Paulo e no litoral sempre percebi a quantidade de animais abandonados nas ruas. Aos poucos conheci o trabalho realizado por protetores e percebi que o problema era bem maior do que pensava”, revela o empresário. De acordo com ele, a venda de filhotes representava um percentual pequeno do faturamento de suas duas lojas (a segunda fica no Jardim Europa).
Foi depois de uma conversa mais séria entre Izolina e o dono da loja que a transformação aconteceu. Logo após reparar que a vitrine onde ficavam os filhotes estava ocupada só com caminhas e acessórios, chegou a boa notícia: “Isabel Carballo, uma protetora independente, me disse que ia começar a doar seus animais lá e que a Gazeta de Pinheiros iria apoiar a iniciativa”, relembra.

“Marketing do Bem” - Um ótimo negócio para todos - O Pet Smart, maior rede de pet shops do mundo, não vende cães e gatos e já promoveu mais de quatro milhões de adoções. As lojas têm espaços especiais para adoção de animais de entidades ligadas à
Humane Society of United States (HSUS). “Cada vez mais os donos de clinicas e pet Shops se solidarizam com o trabalho das protetoras e com o problema do abandono. Os bichos doados trazem novos clientes e o prestigio de um lugar que realiza uma função social. Todos saem ganhando: A loja, nós os protetores, que temos um lugar para doar os animais resgatados e, claro, a bicharada!”, comemora Isabel Carballo, designer gráfica, protetora independente e uma das organizadoras da feira em pinheiros.
Carlos, o dono do pet shop, também está feliz com a mudança. “As feiras de adoção atraem pessoas para a loja, mas esse não é o objetivo e sim estimular a adoção consciente. Fico muito gratificado e ressalto o maravilhoso trabalho realizado pelas protetoras e ongs. Sem eles nada disso seria possível”, completa. Já Izolina, enfatiza o ineditismo da atitude, para ela um grande exemplo: “A feira ainda é recente, mas deve ser incrementada ao longo desse ano porque o local é ótimo. Para todos nós é um tremendo caso de sucesso que muitos pet shops poderiam copiar. É um excelente modelo de marketing do bem.”, diz.

No mesmo caminho, a administradora de empresas Andréia D’Oliveira, do grupo Adote um Focinho Carente desde novembro mudou o jeito de pensar de dois pet shops na zona norte de São Paulo, o Consulado da Ração (que antes comercializava bichos) e o Praticão. “Usei a cara e coragem e fui pedir o espaço para fazer a feira de adoção. Eles nunca haviam feito e disseram que poderíamos tentar. Montamos tudo, grades, tenda e ao término, deixamos tudo limpinho. Eles gostaram porque as pessoas que adotam, entram no pet e compram o enxoval, gerando vendas”, ela conta.

Serviço:

Feira de Adoção da Mercearia do Animal - Unidade Pinheiros
Quando: aos sábados no pet shop (Rua dos Pinheiros, nº 439), com uma edição mensal na Gazeta de Pinheiros, na mesma rua (nº 423).Todos os animais da feira são doados já castrados, vacinados e vermifugados. A taxa de adoção é de R$: 20,00.
Mais informações: Isabel Carballo (
bel.car@uol.com.br) ou Patricia Beneduce (pat_beneduce@hotmail.com).

Feira de Adoção Adote um Focinho Carente
Quando: datas variadas.
Locais: Consulado da Ração (Av. Nova Cantareira, 3470 – Tucuruvi), Praticão (Pça Mariquinha Sciascia, 45 – Tremembé) e outros pet shops da região norte.Todos os animais da feira são doados já castrados, vacinados e vermifugados. A taxa de adoção é 1 Kg de ração.
Mais informações: Andréia D’Oliveira (adoteumfocinhocarente@gmail.com e http://adoteumfocinhocarente.blogspot.com).

Obs.: Nenhuma das protetoras citadas na matéria tem abrigos e podem aceitar animais abandonados. Todas trabalham sob o sistema de Lares Transitórios (saiba mais)

Fonte: Arca Brasil - http://www.arcabrasil.org.br/noticias/1002_pet_shop.html

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